quinta-feira, janeiro 05, 2012

Trocas de vocalista

Um dos assuntos mais discutidos, senão o mais discutido quando se trata de música e principalmente de bandas de Rock/Heavy Metal e afins é a troca de vocalista. Alguns fãs esperneiam outros se agradam, alguns se irritam, outros tantos vivem uma eterna “viuvez” em relação ao antigo dono do microfone.
Hoje estou aqui para fazer o papel de advogado do diabo, e falar sobre a rejeição (muitas vezes pouco criteriosa) de alguns fãs em relação às novas vozes que surgem nas bandas quando os vocalistas originais resolvem sair:


Andi Deris

O primeiro exemplo é a eterna rivalidade entre os fãs mais radicais de Michael Kiske e Andi Deris, respectivamente segundo e terceiro vocalistas da banda alemã HELLOWEEN, os defensores mais assíduos de Kiske se queixam pelo fato de Deris não ter o mesmo alcance vocal de seu antecessor, embora os partidários de Deris, na imensa maioria, curtam os álbuns gravados com Michael Kiske e sua voz limpa e de poderosos falsetes.


Michael Kiske



Parece difícil para ambos os grupos aceitar que os dois (juntamente com o lendário Kai Hansen vocalista original, mas que não entra na discussão por geralmente ser bem aceito por ambos os grupos de fãs) deram sua contribuição para a história de sucesso do quinteto, Kiske com sua bela voz e competência ao vivo levou a banda a patamares mais altos no final dos anos 80 (inclusive chegando a lotar estádios), Andi Deris, por sua vez foi um dos grandes responsáveis pela revitalização da banda, tendo seu álbum de estréia “Master of the rings” sendo o mais vendido da carreira da banda, tendo uma venda de 120 mil cópias em apenas duas semanas.



Paul Di'Anno




O IRON MAIDEN, por sua vez, passou por uma situação diferente,Paul Di’Anno foi substituído pelo vocalista Bruce Dickinson e a aceitação por parte dos fãs foi quase imediata, mas em meados dos anos 90, quando Bruce Dickinson resolveu se afastar da banda e trilhar por algum tempo a carreira solo o vocalista Blaze Bayley


Bruce Dickinson




(que ao contrário de seus antecessores não teve grandes clássicos registrados em sua passagem) foi seu substituto, mas sua passagem pouco acrescentou para a banda e os fãs ansiavam pela volta de Dickinson que aconteceu em 1999.


Rob Halford




Dois anos após o lançamento do eterno clássico Painkiller o JUDAS PRIEST se viu em situação complicada, foi um período muito indeciso quando ovocalista Rob Halford anunciou sua saída da banda britânica para montar o FIGHT, embora não seja o vocalista original (o primeiro vocalista foi Al Atkins) foi com ele que a banda trilhou maior parte de seu caminho e sem sombra de dúvida Halford é a voz definitiva do JUDAS PRIEST. Após um hiato de 4 anos o JUDAS PRIEST retorna aos palcos com Tim “Ripper” Owens assumindo os vocais e posteriormente registrando álbuns de sucesso com a banda, embora os fãs tenho aceito muito bem a entrada do agora ex vocalista do Winters Bane, foi comemorada a volta de Halford em 2003 com o “Angel of Retribution”.


Tim Ripper Owens




Mesmo com o sucesso de Tim “Ripper” ainda há aqueles que desgostem de sua passagem pela banda.
Outra substituição bem aceita foi a entrada de Brian Johnson após a morte de Bonn Scott, segundo vocalista do AC/DC (Tendo sido o primeiro Dave Evans).



Ozzy Osbourne




Em 1977 Ozzy Osbourne deixa o BLACK SABBATH e é temporariamente substituído por Dave Walker, e após um breve retorno Ozzy é mais uma vez demitido da banda, devido a seus problemas com álcool e conflitos pessoais com os outros membros da banda, entra então o saudoso Ronnie James Dio,e grava “Heaven and Hell” um dos grandes clássicos da banda, mas em 1982 Dio também deixa a banda e quem assume os vocais é Ian Gillan que grava o muito criticado “Born Again”, album que mesmo apesar das criticas registrou boas posições principalmente nas paradas inglesas. Após mais uma saída, a de Gillan, David Donato assume o microfone do BLACK SABBATH , mas sua passagem pela banda é breve (cerca de seis meses) e em 1985, Glenn Hughes assume seu lugar, em 1986 Gillan deixa a banda e é substituído por Ray Gillen que brevemente foi substituído por Tony Martin, em 1992, Dio regressa à banda em 1994. Dio deixa novamente a banda, três anos depois o BLACK SABBATH retorna com sua formação original para o Ozzy Fest.



Ronnie James Dio
R.I.P




O último registro fonográfico da banda foi o ao vivo “Reunion” de 1998. Devido ao enorme número de substituições de vocalista, e pelo pouco tempo que a maioria deles esteve na banda os fãs consideram como vocalistas do BLACK SABBATH apenas Ozzy Osbourne, Dio, Gillan e alguns poucos, Hughes.



Tarja Turunen




Agora partindo para o vocal feminino, num caso que me chamaa atenção, a sempre crescente banda finlandesa NIGHTWISH:
Em 21 de outubro de 2005, após o extremamente bem sucedido álbum“Once” e a igualmente bem sucedida tour “Once upon a Tour”, Tarja Turunen foi, em carta aberta aos fãs, oficialmente demitida da banda, para a entrada da desconhecida, porém talentosa sueca Anette Olzon cujo primeiro registro na banda foi “Dark Passion Play”, álbum que levou a música da banda à novos públicos, torando o som encabeçado por Tuomas Holopainen mais acessível. Os fãs realmente se dividem, os seguidores de Tarja “esculhambam” sumariamente o álbum e o desempenho de Anette, mas é inegável que ela deu uma nova abertura à banda e deu um “refresh” na já grandiosa e excelente sonoridade do conjunto finlandês. Muitos, inclusive dizem que “Dark Passion Play” foi gravado às pressas e que as composições são mal feitas, algo com que particularmente não concordo. A sonoridade que a banda tinha com Tarja não me agradava, mas não é por isso que posso considerar os álbuns dela ruins, porque não são, muito embora o estilo de vocal lírico “ao extremo” não me agrade. Agora a banda voltou a estar sob os olhares do mundo com “Imaginaerum”, mais um capítulo na história de genialidade de Tuomas, e espero que ele sirva para fazer as pessoas compreenderem que gosto pessoal e qualidade são coisas diferentes, e que o fato de esse ou aquele artista fazer um som que não te agrada, não significa que aquela música é ruim ou mal feita, e isso também vale para o contrário, que as pessoas deixem de achar que porque algo as agrada isso é DEFINITIVO e acima de quaisquer críticas.



Anette Olzon







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